"Você acha que vai crescer e que o mundo, enfim, deixará de ser assustador, que você vai ter mais controle, que vai, pelo menos, entender as cousas, aprender as regras. Mas não há regras, ou melhor, as poucas que existem mudam constantemente e eu me vejo como quando tinha seis anos, parada, de olhos arregalados, cara a cara com o imutável, o inexplicável, o assustador, balbuciando 'mas... mas... mas...'". Página 34

O livro é narrado por Alma, uma artista plástica de 44 anos que ao mesmo tempo que fala do seu cotidiano, relembra sua infância e momentos de sua vida. E, pra dizer o mínimo, não foi uma vida inteiramente fácil (mas quem realmente tem isso?).

Achei interessante como cada capítulo começa com um nome de comida ou bebida que fará sentido durante a leitura. Também gostei de como a história é narrada pela mesma pessoa, mas de pontos de vista diferentes: tem sempre uma parte que é a narrativa do cotidiano da Alma agora e outra que conta o passado.

"Meu choro é porque sinto pena de mim. É porque sinto orgulho de mim. Eu choro enquanto penso que, mesmo não sabendo para onde ir, tenho cada passo programado. Eu choro, de quando em vez, porque me comovo e porque não sinto nada. Porque não há nada a fazer. Porque todas as atitudes precisam ser tomadas". Página 103

Mesmo que a história seja um tanto quanto melancólica, é narrada de uma forma muito bonita. Você sentirá identificação nem que for apenas com alguma frase! Alma não narra tudo sozinha, eventualmente conta com o auxílio de emails e bilhetes de seus amigos, que expressam diferentes situações e pontos de vista, como se fossem pequenas histórias dentro da narrativa principal.

"Quando você foi embora, eu já não tinha fé para perder, entendi qual era o jogo, reparei que não tinha levado o novelo de lã para o labirinto e que era tarde demais". Página 118

É um livro muito bem escrito que eu recomendo para corações resistentes aos baques que a vida pode nos dar. Vale a pena.

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